quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Aquilo que nunca aconteceria

 


- Oi. Importa-se de eu sentar aqui?
- De jeito nenhum. Fique a vontade para se divertir.
Levanta-se da cadeira ao lado.
- Algum problema ficar sentado?
- De jeito nenhum, mas prefiro ficar sozinho.
- Se prefere assim, eu já tomo meu caminho.
- De jeito nenhum, a senhora é linda demais para vagar por aí.
- Então deixe de bobeira e junte-se a mim neste açaí.
- Detesto este bagulho.
- Ah é? Pois eu tomo o meu com orgulho!
- A senhora gostaria de fazer algo a mais?
- Tipo o quê jovem rapaz?!
- Que tal conversar? Gosta de política?
- Ah! Não. Prefiro falar de horóscopos, adoro essa baboseira mítica.
- Nah! E se jogássemos um jogo?
- Estaria brincando com o fogo.
- Eu posso gostar de aventuras.
- E deseja que tipo de travessura?
- Uma com beijo e apelido
- Você é muito atrevido!
- Prefere alguém mais devagar?
- Só se no próximo ponto não for parar.
- Puxa, que pena. Terei então de partir.
- Pegue meu telefone, sua voz me faz rir.
- Tomarei com um elogio de admiração.
- Mas não vai me dar um beijo, não?
- Pensei que eu fosse atrevido demais.
- Essas concepções são tão banais.
Eles trocam um beijo rápido.
- Não pegou meu número e já vai tão ávido?
- Oh! Como pude me esquecer.
- Aqui está, mas acho bom você descer.
- Até mais, doce luz, nos vemos em breve.
- Só deixarei de pensar em ti quando no Rio houver neve.
O rapaz desce do transporte.
E à menina resta apenas esperar pela ligação de seu futuro consorte.

Pena que isso nunca iria acontecer...
 
 

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