Antônia!
Diga que me ama!
Diga e conte aquela história, que está entalada na
garganta.
Me conta do dia que me conheceu
Me diga a verdade, pois de mentiras já estou farto.
È fato.
Farto de mentiras que você já me contou, Antônia.
Lembra de quando vimos juntos o pôr do sol?
Mas lembra mesmo, moça?
Do que eu me lembro, era um outro alguém que não
você.
Era alguém que me falava coisas com um sorriso no
rosto.
Onde está teu sorriso, Antônia?
Não me peça para sentar. Não me faça parecer um louco
agora.
Dessa água imunda, não bebo. Não baixo meu volume.
Grito.
Pare de dizer que eu pare. Não paro.
Eu não fiz nada pra você fugir, Antônia.
Deixei uma trilha de alegria para você seguir.
Deixei um rastro de risadas para você ser feliz
comigo.
Você pegou a trilha errada, mas meu caminho é certo.
Eu sou mestre das escolhas que eu fiz e se eu sofro
é porque pensei que você escolheria ser feliz também.
Você parece gostar da escuridão, moça.
A sombra parece lhe cair feito uma luva.
Você ostenta essa agonia e as pessoas te amam.
Te amam como eu te amei.
Pare de fugir, Antônia.
Que eu fiz para você fugir de mim?
Você grita que é para o meu bem, mas que bom há em
viver sem você?
Não me diga que você sabe o que é melhor.
Você não me conhece, afinal.
As pessoas me veem com temor, Antônia.
Porque elas não param de me olhar?
Parece que você nunca existiu.
Talvez eu só tenha inventado você.
Ou talvez a invenção seja que eu te fiz feliz.
Antônia, me diga, uma só vez, diga.
Diga que eu não te inventei.
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