Acabou.
Chega de poemas.
Chega de poesias.
Chega de escrever.
Não é opcional.
Não é justo.
Não é evitável.
Chega de formalidades.
Chega de padrões.
Fodam-se os padrões.
E que se danem as
estrofes.
É o último dia, não
importa o uso que eu faça dessas últimas horas.
Eu nem deveria estar
aqui. Afinal, não há mais felicidade ou prazer em escrever.
Há um tempo atrás eu
escrevia sobre tudo.
Escrevia sobre ela.
Escrevia sobre mim.
Escrevia até sobre
escrever.
Mas agora não há mais nada.
Tudo vai por água abaixo. Nada mais é vivo, nada mais me alegra.
Para quê criar? Não devo
fazer uso da criatividade. Estou criando algo que deixará de existir em poucas
horas.
Muitos devem estar
aproveitando a vida ao máximo. Muitos devem estar fazendo tudo o que sempre
quiseram.
Mas e quem, como eu, já
estava feliz com a vida que tinha?
Hoje é o meu dia de
tristeza e ócio, assim como era a rotina de vários outros.
Não tenho mais o que
dizer, muito menos o que fazer.
Tudo o que eu fizer vai
ter menos de um dia de vida. Os textos não serão mais lidos, as lágrimas nunca
serão reconhecidas.
Chega de escrever, tudo o
que eu posso fazer é esperar. Perdi a vida no início do dia. Perdi o sorriso,
perdi a alma, perdi a criatividade, perdi tudo o que tinha.
Tudo o que resta é essa
velha e inanimada carcaça, que espera pelo sopro de piedade que afastará esse
corpo de todas as angústias. Que afastará tudo de tudo.
Gostei da narrativa mas apenas achei muito triste a descrição. Gostaria de ler coisas mais vivas, mais cheias de amor. A vida é tão linda!
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