sábado, 4 de abril de 2015

Querido M.


Querido M.,

Será que você é capaz de não fazer mal aos outros? Eu não precisava saber do que se passa contigo. Achei que as viradas de rosto e as respostas mudas tivessem sido suficiente para dizer que eu não me importo se chove ou faz sol na sua vida. Quero que se foda se é março, abril, ou fevereiro. Nada me importa na sua vida, nem eu, nem você.

Eu amei você por tempo demais. E se por algum acaso você pensa que eu não gritei o meu amor, você só pode ser um cegueta de merda incapaz de enxergar meio palmo à sua frente. A vida não se resolve com cartas, nem com desculpas. Tudo o que eu quero é que você morra da forma mais brutal que um ser humano pode morrer, talvez isso me traga um pouco de felicidade, enfim.

Segui em frente. Por mais que te doa admitir, eu sou uma nova mulher. Eu sou alguém que hoje vive feliz com alguém que não teve medo de me amar de volta. No fundo, você é apenas mais um covarde, e não espere que eu me comova com meia dúzia de palavras rimadas, porque a vida não é os seus livrinhos infantis. E eu? Eu não sou uma personagem no seu conto de fadas.


Vai a merda se acha que eu e você teremos alguma chance de ficarmos juntos. Nós tivemos, mas você desperdiçou. A sua displicência é a prova do seu desamor. Você não se abriu a outras paixões. Você se jogou desesperado e agarrou o primeiro sentimento que o atingiu. Que desespero, hein? Se eu fui um monstro do qual você tinha que fugir, então me esquece e viva a sua vida. Sem mais cartas, porque a próxima que você me mandar vai servir de lenha para o fogo que vai te consumir. Fique com seu caos. Para mim, só sua morte importa.


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