quinta-feira, 9 de julho de 2015

Wesleyson e Alice

Alice ainda se lembrava do dia em que conhecera seu amado. Ela estava numa loja de posto de gasolina, quando ele e o irmão apareceram para assaltar. Sua primeira reação foi de susto e medo, mas depois de olhar bem para ele, percebeu que estava apaixonada.

Dali em diante, Wesleyson parecia perseguir a garota de só 15 anos. Todos os lugares em que ela ia, acontecia um assalto, mas ela nunca era roubada. Quando finalmente falaram um com o outro, para esclarecer as coisas, tudo fez sentido, e eles passaram a ficar juntos. Ele morava na favela da Rocinha, ela morava no Méier, mas sempre pareciam frequentar os mesmos lugares.

Mas agora não. Agora era diferente, eles já estavam juntos há sete meses, Wesleyson já tinha sido enviado para uma delegacia, onde conseguira sair de fininho, porque ainda tinha só 17 anos. Mas agora, ele estava fazendo 18, Alice ficava preocupada.

Mas nenhuma sensação era pior do que a que veio depois do "parabéns". Após irem para o quarto dele em um barraco e fazerem aquilo que Wesleyson sempre insistia para eles fazerem (apesar de serem menores de idade) , aquilo que deixava jovens garotas da favelas grávidas precocemente. Wesleyson fez seu pedido a Alice. Ela o ajudaria a roubar.

Alice ficou paralisada diante de tal pedido, pensou em tudo no que passara junto aquele homem, e se decidiu: iria ajudá -lo.

Wesleyson explicou à Alice o plano em que havia trabalhado durante alguns meses. Não era algo simples. Era algo maior do que tudo o que ele já havia feito. O plano não era constituído apenas de um roubo, e sim, de um sequestro. Seu amado iria se vingar do juíz que condenara o irmão dele sequestrando a filha daquele homem de tamanha importância. Alice pensou em desistir, mas não podia mais, já estava muito envolvida nessa situação.

Na hora marcada do dia combinado, Alice já estava posicionada em frente à  mansão onde a adolescente de 16 anos, sua idade, se encontrava sozinha. O plano era arriscado, porém simples: Alice entraria pela porta de serviço e renderia a garota, enquanto Wesleyson a esperaria no carro, nos fundos da casa.

Ela entrou naquele casarão e quase se esqueceu do seu objetivo. A casa era enorme, mas a jovem estava sozinha, o que era ótimo para Alice. Enquanto se esgueirava pelas paredes para não chamar atenção, ouviu uma música alta no andar de cima. E a música era conhecida. Era da banda favorita de Alice: McFLY.

Já no andar de cima, Alice foi com cuidado, detectou de onde a música vinha e abriu a porta de maneira abrupta. Já dizia para a garota ficar quieta e não se mover, mas o que era isso?? Sirenes? Não podia ser, não fizera barulho algum! Assustada Alice tentou fugir: desceu correndo, porém, quando chegou na área de serviço e não viu o carro com Wesleyson dentro. Não, ele não podia ter feito isso. Ele não podia ter posto ela nessa roubada e sair assim! No momento em que ela estava prestes a pular a janela para fugir ela ouviu um policial falando para ela se render. Sem saber o que fazer, Alice desistiu e se rendeu.

Na delegacia, Alice estava nervosa. O que iria acontecer com ela?? Wesleyson fugiu, fazendo a garota sentir um misto de sentimentos: raiva, tristeza, saudade... Mas essa era a verdade. Ele a abandonara. Os pais dela já haviam sido contactados e já estavam a caminho do local. Mas, e agora??? Ela só tinha 16 anos. Será que Alice seria presa???

 

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