Paro. Respiro. Minha cabeça roda. Tento não dar nenhum passo para trás; mas também não consigo continuar em frente. Irônico, quero ir até você, mas nada do que eu faça adianta. Meu corpo não obedece às minhas vontades.
Vou te incomodar. Minha mão suada vai te enojar quando acabar lhe tocando sem querer – já que nunca teria coragem para fazer de propósito. Milhões de desculpas surgem em minha cabeça, tudo para eu me sentir menos frustrado quando me perguntar por que não fui falar com você. Mesmo que eu tenha ensaiado diversas vezes o meu discurso. Mesmo que as minhas palavras tenham sido estrategicamente pensadas para que nossa primeira conversa fosse inesquecível. Eu sei que será diferente. Completamente. E sei que não precisa ser extraordinária para ser inesquecível; já será só por ser você bem ali. Mas não tenho a coragem que eu admiro em você. Sou um covarde. E tudo o que eu tenho é minha mente, que te toca e acaricia. Nada mais.
Sinto a parede invisível me impedindo de seguir até você, fria sob meus dedos. Só posso te observar desse outro lado e só sua visão já me destrói.
Um dia, uma hora ou um minuto, espero, irei abrir uma porta nessa parede e ir até você. Com ou sem as mãos suadas, com ou sem os passos incertos, com ou sem o estômago embrulhado. Irei até você.
Se você vai me decepcionar ou não, não importa. Se vai ser tudo o que eu mais abomino depois de um tempo ou não, não ligo. Eu ainda assim vou tentar. Por que para mim você ainda vale a pena.
Agora, só não consigo te assegurar se permanecerei ali ou se voltarei correndo para detrás dos meus limites invisíveis e trancarei a porta novamente.
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